Crônicas do Zodíaco – Primeiro Impacto || Capítulo 04 (Último) – Uma Aliança Desejada



Capítulo Quatro – Uma Aliança Desejada

As Saintias eram minhas protetoras e nas condições em que me encontrava elas eram fundamentais para os meus planos. Shoko, Mii e Xiaoling não se deixavam abater sobre quaisquer desafios. Juntas enfrentavam a ameaça de Zelos. Mas mesmo com seus esforços e usando suas técnicas especiais a figura do Espírito da Inveja se levantava em um tom ainda mais ameaçador do que antes. Ainda assim, elas continuavam como uma barreira impenetrável bloqueando o acesso de Zelos em mim.

- Atena! Saia de trás dessas meninas! Você é uma deusa olímpica, não uma boneca indefesa.

Lembro de ter respirado fundo para não ceder às provocações dele. Mas mesmo que eu me dirigisse a ele, as Saintias não deixariam me aproximar – em um ataque não pensado poderiam se arriscar para tentar impedir minha aproximação. As provocações não duraram por muito tempo; seus olhos deliciavam vendo com as expressões de surpresa das Saintias em vê-lo de pé.

- Como ele está de pé depois de tudo que nós usamos? – Shoko tentava encontrar uma explicação para a recuperação de Zelos, mas ele não a deixava pensar:

- Pelas expressões de cada uma de vocês, ouso considerar que vocês nunca enfrentaram alguém como eu... mas não as culpo, com a deusa medíocre que tem que proteger... não é de se estranhar tanta surpresa.

Elas não responderam a maliciosa reflexão de Zelos. Estavam surpresas, mas não hesitavam em me proteger:

- Afaste-se! Saia de perto da senhorita Saori! – gritou Xiaoling, em um tom firme e agressivo.

Suas palavras não surtiram o efeito desejado e devolvendo a ordem dela veio a resposta: - Que agradável ver elas te chamarem com um nome humano... faz até você parecer mais simples o que já é; outra característica humana que você poderia ter é a morte! Já que todos eles estão fardados a ela! Então... venha! Deusa da Guerra! Não quer ser humana? Eu te darei a morte que você merece!

O desafio dele surtiu efeito imediato nas minhas Saintias. Xiaoling partiu para cima de Zelos - em seguida, Mii seguiu seus passos. As duas Saintias se moveram rapidamente golpeando ao mesmo tempo, cada um de seus punhos cuja força correspondia a cada uma das duas Saintias foram bloqueados pelas palmas de Zelos.

- Ele bloqueou as duas...- refletiu Shoko.

As duas Saintias foram para trás retraindo seus movimentos. E Zelos permaneceu intacto, porém, seus olhos eram agressivos quando eu olhava para ele e notava que sua confiança aumentava ainda mais. Tentando não se sentirem provocadas e deixando esse sentimento abalá-las, Xiaoling e Mii expandiram seus respectivos cosmos e concentraram seus poderes. Entre elas, as cores rosa e amarelo brilharam intensamente. Juntas me deixaram para trás e em um único movimento atacaram.

- Sete Estrelas Polares!

- Respingo Angelical!

A energia das sete esferas de Xiaoling junto com respingos de Mii avançaram. Mas logo Zelos respondeu aos movimentos retrocedendo cada um.

- Impossível! – Pude ouvir a Shoko refletir, enquanto a figura de Zelos avançava sobre as duas.

Ele as encontraram depois de um rápido movimento, golpeando as duas sem esforços as jogando no chão. Vi o corpo de Shoko se distanciar de meus olhos em um ataque para retardar os movimentos de Zelos frente as outras meninas. Como uma estrela no céu seus cosmo brilhou e sua voz em tom firme exclamou:

- Meteoro de Cavalo Menor!

Era um ataque habilidoso. Vi as esferas meteóricas avançarem como estrelas em direção a Zelos que desviou em movimentos precisos de quase todos. E os que atingiram não surtiram muito efeito.

Shoko se aproximou das outras duas guerreiras – ajudando a levantá-las – quando o pior momento da luta se iniciou. O Espírito da Inveja encarava as três como uma besta selvagem e maligna, quanto seus olhos deixaram de ter uma expressão tipicamente agressiva, e cederam subitamente espaço para um de surpresa inesperada.

- O quê?! – Seus olhos se voltaram para a armadura que para a sua surpresa estava trincada. A fenda não era nem de longe uma fenda grande ou funda, mas para a arrogância de Zelos, aquilo tinha sido feito pelos punhos de minhas Saintias e isso o incomodava de uma forma que não podia imaginar. – C-como... ousam! Suas... malditas... pirralhas!

Sentir se uma forma súbita e de uma total agressividade o cosmo dele emanar seu terrível poder. Era o cosmo escuro cuja força se apoderava da escuridão realmente profunda. A voz rouca como um trovão e o braço direito erguido com uma flecha para o céu, ele gritou:

- Emulação das Trevas!

Após o anunciou, uma explosão de energia negra atingiu as três Saintias ao mesmo tempo. Envolvendo-as de corpo inteiro e as jogando-as no chão. Não suportei vê-las sendo feridas daquela forma e gritei:

- Não!

Quando a energia cessou, as três se espalharam pelo chão. Apesar das guerras que já enfrentei, a imagem de meus Cavaleiros caídos no chão não era algo que eu como deusa que protegia a Terra acostumava... de forma alguma. Todo sacrifício era realmente um sacrifício. Seus corpos estavam machucavam, mas, para meu alívio, ainda se mexiam. Mesmo que o sangue começasse a chamar muito minha atenção. A Emulação das Trevas havia causado muitos danos a elas, mas longo... uma por uma, as Saintias iam se levantando. Ainda com dificuldades.

- O quê?! Conseguem se levantar mesmo depois de meu golpe?

- Não vamos deixar que você faça algo mau a senhorita Saori – disse Xiaoling.

- Nosso dever é protegê-la. Mesmo que isso custe as nossas vidas... – expressou Mii em seguida.

- Não importa o quão forte você seja... não vamos deixar Atena! Nossos punhos irão defendê-la ­– disse Shoko, apertando seus punhos com firmeza.

- Pirralhas malditas! Matarei vocês uma por uma! Pela audácia de se erguerem com um ser como eu!

Zelos avançou cego de raiva, seus movimentos eram rápidos; sabia que as Saintias estavam em perigo quando senti - de maneira súbita - algo como se rompesse com a realidade. Uma força estranha se erguia entre eles. Zelos parou abruptamente, sentindo o poder se aproximar. E, como um clamor repentino, ele veio:

- Canhão do Céu!

A voz que clamava era masculina. Ecoava firmemente. E de uma força imponente se aproximou. Olhei ao redor e não vi nada, quando o céu se abriu e uma luz forte e imponente rasgou o céu feriu o chão, atingindo Zelos em cheio. O corpo de Zelos foi tomado pelos raios de luz dourada que sem poder se defender grunhiu de dor.

- Aaahhh!

Sua armadura - que até agora permaneceu resistente aos ataques do combate - se destroçou como um pedaço de papiro podre enquanto ele gritava aos berros. A energia dourada o envolveu o atingindo em uma sequência de raios e o ferindo sem misericórdia. O corpo queimava junto com os vestígios da armadura, enquanto o sangue jorrava aos litros para todas as direções. Não demorou muito para várias poças do líquido vermelho o cercarem criando uma grande mancha de sangue ao redor. Até ceder aos seus ferimentos e sem entender, cair de joelhos no chão tomado pelo sangue. Olhei para o corpo desfigurado de Zelos e notei, caminhando devagar, uma figura estranha se aproximando. Não demorou muito e poucos passos depois encostou em seu corpo. Zelos – em uma reação involuntária - levantou a cabeça e com dificuldade indagou ao estranho:

- Q-quem... é... v-você? – Sem forças a cabeça se voltou para o chão novamente onde mais sangue saiu até formar mais uma poça avermelhada.

A voz masculina - agora mais serena - respondeu: - Sou aquele que te enviou de novo ao lugar de onde você veio...

Sem força, Zelos cai sem vida no chão. Se tornando um ponto negro em meio a uma grande mancha de sangue.

Lembro do estranho continuar apoiando os pés no chão em sua caminhada em minha direção. As Saintias – que assim como eu, não entendia o que estava acontecendo -, estranhando a aparência do misterioso homem, continuaram em posição de combate. Sua pele era morena com cabelos dourados como ouro e ondulados quase até o ombro; seus olhos eram castanhos avermelhados; era alto com o corpo rígido de músculos; vestia um casaco cinza em tecido grosso com detalhes dourados. Trajava duas manoplas metálicas em um dourado alaranjado e duas botas até a região do joelho; uma proteção na região da cintura e por cima de tudo um manto azul com detalhes também dourados.

- Quem é você?! – gritou Shoko, grosseiramente, vendo ele se aproximar. – Quando ela iniciou um movimento, ele a interrompeu.

- Não ataque...

- Hã...

Em um movimento não previsto nem pelas Saintias nem por mim, o misterioso homem se curvou e se ajoelhou no chão. Colocando um joelho no solo e os braços apoiados no outro. Era uma reverência.

- Senhora Atena...

Quando vir ele se curvar diante de mim me deixei dominar por uma sensação de alívio em saber que não era mais um inimigo. Me aproximei, enquanto ele voltava para sua posição ereta.

- Quem é você? – perguntei, ansiosa pela resposta.

- Atena. Eu sou o Cavaleiro Mago desta era... Melko!

- Cavaleiro Mago? – era como eu imaginava. Os Cavaleiros Magos eram considerados os guardiões da magia neste mundo. O principal título entre os místicos sendo considerado um dos principais regente de toda a magia entre os reinos. Mesmo que a magia fosse proibida entre os Cavaleiros e dentro do Santuário, os magos que lutavam pela justiça eram considerados aliados e o Cavaleiro Mago era o principal aliado do Santuário neste assunto. O que eu ainda não entendia era o que ele estava fazendo ali. Mesmo naquela hora.

- Mas, o que o Mago como você está fazendo aqui? - Saintias agora ajudavam Tatsumi a se levantar.

- Você não devia estar aqui... devia estar sentada em seu trono no Santuário. Seus Cavaleiros ainda não voltaram com as armaduras. E aquelas três... julgando pela falta das máscaras, arrisco dizer que são Saintias.

- Sim, são Saintias. Mas... como sabe dos Cavaleiros que foram...

- Quem é você? Não precisamos de ajuda para defender a senhorita Saori! – expressou Shoko, incomodada.

Melko riu com a determinação da Saintia e retrucou: - Sei disso. Observei a luta de vocês por um tempo e logo notei que vocês lutam com coragem e honra. Como um Cavaleiro deve ser. Do jeito que estava certamente iriam vencer no decorrer da batalha. Mas não temos tempo para isso. Além do mais, vocês irão precisar de suas forças. Atena – virou-se para mim – alguma coisa está fazendo espíritos sair do submundo e vim para a terra de forma mais frequente, Zelos não foi o único, outros estão aparecendo. Ele foi o terceiro que eu enfrentei em pouco tempo. Você precisa estar no comando do Santuário. Mas... creio, dadas as circunstância atuais não será uma tarefa fácil. Terá que conquistar o respeito deles... antes disso. Eles precisam vê-la como deusa deles antes de te deixar subir as Doze Casas e sentar em seu trono. Sabia que teria que conquistar de alguma forma o respeito de meus próprios Cavaleiros no Santuário. Mas a urgência que Melko havia trazido em suas palavras me trouxe ainda mais ansiedade para o início da Guerra Galáctica. Enquanto desejava que o primeiro órfão Cavaleiro com a armadura chegasse. Mal sabia que próximo das terras da Casa Kido o Unicórnio já estava chegando.

Leia o Epílogo 

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