Crônicas do Zodíaco - Saint Seiya || Capítulo 01– Uma Estrela no Céu



FASE UM: A JORNADA DE PÉGASO

“Dizem que a força de um Cavaleiro vem do cosmo, mas o que fazer para este despertar tal grandeza de poder? - excerto do Manual dos Cavaleiros.

 

Capítulo Um – Uma Estrela no Céu

– Uma estrela cadente!

A jovem que falou isso admirava o céu com imensa curiosidade. Seus olhos, no auge da juventude, brilhavam como uma estrela cadente em uma parte do reino chamada a séculos de Terra das Constelações. Seus olhos passeavam por todo o firmamento estrelado, onde o infinito do céu e o brilho de cada pontinho branco se misturavam criando uma grande e intensa sensação de liberdade, há séculos sentida por todos que ali se submetiam estar diante de tal grandiosidade.

– Você só presta pra ficar olhando isso! E ainda fica repetindo as mesmas palavras que o senhor Temero, sempre fala.

Em sua companhia estava Kao, um jovem rapaz que claramente não estava nem um pingo inspirado com o cenário que estava logo diante dos seus olhos. Seus braços estavam cruzados e seu rosto com uma broxante expressão neutra em direção ao nada. Era praticamente um pecado agir daquela forma em meio à presença daquele lugar. Mas parece que Kao não se importava com aquilo.

– O senhor Temero é um homem sábio – disse a jovem, ainda olhando o céu estrelado com a mesma admiração de minutos atrás.

– Ele é um velho, tem mais de 60 anos.

– Mais um motivo para a gente parar e ouvir o que ele tem a dizer. Ele é um dos homens mais sábios da vila. E você não deveria falar assim dos mais velhos – retrucou a jovem, em um tom de voz mais sério.

– Por quê? – perguntou o rapaz, em um tom de sarcasmo. – As estrelas vão me punir se eu não me comportar? – Soltou uma risada debochando da situação. – Vai cair uma estrela cadente na minha cabeça se eu não olhar para o céu com cara de bobo? Não me...

O céu inexpressivamente estrelado deixava a parecer que estava disposto a mostrar toda sua grandiosidade. Ligeiramente deu espaço para um barulho estonteante, intenso e enigmático. Parecia que o céu estava desabando sobre a cabeça de todos aqueles que ousassem a voltar seus olhos para cima rumo à imensidão.

– Que barulho foi esse? – perguntou Kao, com uma expressão assustadora, seus olhos pareciam ocupar todo o seu rosto. ­– Vai dizer que uma estrela caiu mesmo? – Não, isso é impossível! Com certeza, deve ter sito um raio que caiu diante de nós. Lina, fala alguma coisa! Mas a jovem olhou para o céu com olhos pragmáticos e disse:

– O céu está limpo, como poderia ter sido um raio?

– Mas então foi o que? Se não foi um raio o que causou esse barulho?

– AAAAAh! – E um grito hesitante se ergueu na direção oposta que eles estavam. O sol era apenas um semicírculo espiando todos por cima da linha do horizonte. Os dois amigos estavam mortalmente pálidos. Seus olhares se entrelaçaram por um tempo; Kao apesar de ser extremamente debochado, sarcástico e um pouco egoísta, morria de medo de qualquer coisa que fugisse do que ele considerava normal. Qual era a chance de tudo aquilo ser uma grande brincadeira? Pelos seus olhares amedrontados, eles queriam que tudo isso não passasse exatamente disso, uma grande brincadeira, de muito mau gosto, mas uma grande brincadeira. Os dois começaram a dar passos curtos, mas não precisos em direção ao barulho. Lina na frente, Kao alguns passos de medo mais atrás; um grande volume de poeira avermelhada se espalhava pelo ar dificultando a visão e compreensão do que estava diante de seus olhos.

O céu escurecia lentamente passando de azul ao suave e adorável violeta do crepúsculo. Lina e Kao finalmente chegaram ao ponto de origem do barulho. Assim que a imensa nuvem de poeira se disseminou no ar eles avistaram algo que os deixaram seus rostos com uma visão terrivelmente elásticos e assustadores.

– M-mas é um hom... não, é um rapaz!

Naquele momento, seus olhos só podiam chamar de horrível aquela repentina imagem abaixo dos seus arregalados olhos. Eles olhavam o corpo de um rapaz que aparentava ter uns 17 anos dentro de uma enorme cratera feita pelo impacto do corpo atingindo o solo. Tal brutalidade estava fora dos padrões que um simples humano conseguisse suportar. Era notável entender que aquele corpo não tinha mais o sopro da vida em suas extremidades. O pobre infeliz com suas vestes rasgadas, tal parecia de um guerreiro, mas a origem daquela roupa não parecia comum, pelo menos naquela parte do reino. Haveria morrido daquela forma? Lina, começou a falar - ainda que não pudesse entender direito o que estava acontecendo. Kao olhou em direção ao seu rosto e viu que seus olhos saltavam de desespero em direção ao corpo; então, logo suas palavras se transformaram em gritos.

[nota: Todos os personagens da série original tiveram suas idades aumentadas quatro anos.]

– O-o que ele está fazendo aqui? – perguntou Kao, apavoradamente com medo da resposta. – Não é possível que tenha caído do céu!... É?

– Ligh... – Em um movimento súbito o corpo do rapaz soltou um grito abafado, como um gorgolejar, intenso saído do interior de sua alma. – Aai! – Lentamente se endireitava tentando se levantar afastando seu corpo do centro da cratera; seus passos eram curtos e desorientados, girava a cabeça desvairadamente para um lado e para outro, com os olhos voltados para o chão. – Eu... onde ela está? – Quando levantou os olhos, o rapaz de cabelos castanhos estava quase sobre Lina, que sentiu-se invadir por uma súbita e totalmente inesperada sensação de alívio por ele está vivo seguida de uma sensação de pânico.

– Ei, moço... de onde você veio? – perguntou Kao, com a voz trêmula. – E esses ferimentos? Como você se machucou tanto?

– E-ela está vindo! – disse o misterioso rapaz.

­– Ela quem? Do que você está falando? – retrucou Lina, com desconfiança no olhar.

Em um rápido movimento, o misterioso rapaz virou-se na direção oposta que se encontrava, sua expressão deu origem a um rosto amargamente perturbado; sem entender Lina e Kao também olharam na mesma direção. Atrás deles alguma coisa se movia, uma coisa com uma atmosfera intensa, não era bem estranho para o rapaz. Mas, Lina e Kao estavam apavorados, imobilizados pelo pânico enquanto aquela figura continuava a dar longos passos, cada vez mais frios em direção a eles.

– Então, você veio parar aqui... Seiya!!!

...

– Argh! Marin! – respondeu o rapaz, asperamente.

– Vejo que continua sendo um inútil, Seiya!

Uma súbita mudança em sua expressão, que passou de um vazio completo e apatetado para uma exaltada expressão de terror; aquela mulher no qual Seiya se referiu como Marin era membro do Santuário; o quartel-general da deusa Atena, onde a deusa exercia suas funções como protetora do mundo dos homens e base de operação da Ordem dos Cavaleiros, também chamada de Cavaleiros de Atena. Marin trajava uma armadura que brilhava feito mármore, apesar de ser uma armadura resistente cobria apenas algumas partes do corpo como: os seios, o ombro e o antebraço direito e também os dois joelhos, além de uma tiara emboçando a cabeça com um símbolo de uma águia no centro. Marin que tinha longos cabelos ruivos que ficava à mostra contornando a máscara. Em sua classificação entre os Cavaleiros ela estava entre os Cavaleiros de Prata; conhecida no Santuário como Marin de Águia - devida a constelação que a protegia – a Constelação de Águia. Era sempre sensata, inteligente e razoavelmente bondosa, ela atuava como mestra de Seiya em rumo ao seu objetivo de se tornar um Cavaleiro de Atena.

– Bem, vamos voltar ao Santuário e refazer o exercício mais 100 vezes! – disse Marin, com um tom sério. Seus cabelos ruivos e o rosto coberto por uma máscara de prata, usada por todas as Amazonas do Santuário, não se deixava enganar a habilidosa e astuta guerreira que se tornava em um combate; conhecida por ser bastante rigorosa em seu treinamento com Seiya, fazendo o pupilo sofrer em suas mãos. Mas não por maldade, mas porque Marin sabia que a vida de Cavaleiro era bastante arriscada e perigosa e só um treinamento duro e intenso prepararia Seiya para entrar para a Ordem dos Cavaleiros ou a morte seria inevitável.

– Não! Eu já estou fazendo esses treinos há muito tempo! – disse Seiya, recuperando sua expressão anterior de dor e exaustão.

– Quer ser morto pelo Cássios, em seu combate com ele? – disse Marin, com um tom de voz severo. – Sabe que ele vai te matar se você não o vencer, não sabe?

– Chega! – gritou Seiya. – Já estou preparado para o combate!!! O último que eu venci foi o Erdu. E saí vivo, não saí? – Muitas vezes impulsivo e debochado, Seiya era visto pelo Santuário como uma pessoa insolente, no entanto, o guerreiro demonstrava ter um caráter generoso e leal com todos aqueles em sua volta.

Visto o tom agressivo de seu pupilo, Marin movimenta suas mãos no ar e repousa seu corpo em posição de ataque. – De que adianta discutir com você? – Sem que Seiya pudesse ver ou prever o movimento Marin o joga no chão, em um movimento rápido e preciso com o punho; seu corpo machucado caiu verticalmente, como uma pedra. – Como você espera vencer se nem mesmo pode conter isso?

– Não precisava me jogar no chão – disse Seiya, se levantando de novo. – Já não me machucou o suficiente?

– Seiya, você já viu como Cássios é cruel? Ele enfrentou nove adversários até hoje. Todos foram decapitados facilmente. Se quiser vencê-lo precisa melhorar seu ataque. Não será fácil, Cássios está convencido de sua inferioridade...

– Eu não vou perder para aquele troglodita!

– Espero que sim, sua obrigação é vencê-lo! – exclamou Marin, caso ao contrário, Cássios vai matá-lo lentamente. Vai ser como um gato brincando com um rato. Primeiro ele vai arrancar suas orelhas... depois esmagar seu nariz... e, por fim, a cabeça... será decepada do seu corpo derramando seu sangue por todo o chão; depois jogada com as outras que ele tem como seus verdadeiros troféus. Será uma morte horrível de se ver...

– Já chega, Marin! Não quero que cortem minha cabeça!

– Pois. se você quer vencê-lo ao menos aprenda a se defender, refaça o exercício mais 100 vezes!

– Ah, não! – rebateu Seiya. – Se continuar assim, eu morro antes de enfrentar o Cássios! Você não quer isso? Quer?

– Prefiro que morra em treinamento a me envergonhar na frente de todo o Santuário.

– Não se preocupe, fui bem treinado! Aquele troglodita não me derrotará!!!

– Pois então, prove!!! – disse Marin, desafiando o pupilo. – Você não demonstrou nenhuma vez que pode vencê-lo! Acho que você não entendeu Seiya, você só vai ter uma única chance. Se não, será sua morte na certa... certa e dolorosa! Não poderei ajudá-lo caso você fracasse em seu combate. Mas, vou ficar mais confiante se você me provar que é capaz de manter uma luta equilibrada com o Cássios. A Naila me disse que ela te ajudou com seu treinamento, enquanto eu estava fora com a Shina, então me mostre alguma coisa que seja útil.

– Você realmente acha que eu vou morrer, Marin? – perguntou Seiya, com tom de indignação. – Como pode depois de todos esses anos de treinamento?

Marin olhou em direção ao pupilo e percebeu a sua expressão de revolta por duvidar de suas habilidades como guerreiro; por mas que Seiya avançasse no treinamento, Cássios, até então, se provava ser um aspirante invencível para todos aqueles que ousasse entrar em um combate com ele, sua crueldade causava pânico entre todos os pupilos de Cavaleiros. O perigo de perder seu pupilo era realmente notável.

– Seiya, você tem o direito de morrer. Mas não quero que todos esses anos de treinamento tenham sido em vão! Então, trate de vencê-lo!

Seiya olhou para Marin de maneira feroz, ainda com expressão de revolta. Mas o que ele poderia fazer; ela era sua mestra, precisava se preocupar com essas questões. A honra era uma questão muito importante no Santuário, tanto para o pupilo como para o mestre; não era bom ter um pupilo que não honrasse o valor de seu mestre. Mesmo assim, Seiya não queria ser desacreditado por Marin. Não às vésperas de seu principal combate.

– Está bem! – disse Seiya, com a voz afiada. – Preste bem atenção... vou deixar a prova no solo...

Se Seiya pudesse ver o rosto de Marin, veria uma expressão de uma linda mulher confusa com sua afirmação. Seiya sempre falava asneira para se promover, mas, daquela vez, ele estava deliberadamente mais sério. Marin ficou hesitante em retrucar o pupilo e esperou que ele mostrasse o que planejava.

– Então Marin, esse é meu cosmo!!!

O corpo de Seiya começou a arder e aumentar a temperatura em uma fração curta de tempo; em um movimento brusco ele golpeou o solo transmitindo uma grande carga de energia para o chão, transformando em destroços tudo que estava sob seus pés. A montanha de pedregulhos se esvaiu de forma agressiva para todos os lados, em todas as direções até atingir a máscara de prata de Marin. Ela nada fez. Seus olhos estavam perdidos tentando entender aquela situação. Seus pensamentos rodopiavam tentando entender como Seiya fez aquilo. – “Seiya, desde quando...” – pensou Marin. – “Haverá de ser um golpe de sorte ou realmente eu vi a aura de Pégaso? Não. Há outra coisa”.

Próximo Capítulo - Os Punhos que Protegem o Mundo

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