Crônicas do Zodíaco – Saint Seya || Capítulo 02 – Os Punhos que Protegem o Mundo


“Os Cavaleiros de Atena sempre foram desde as Eras Mitológicas a principal barreira de defesa da humanidade contra o mal, ainda assim, seus valorosos nomes sempre se manteve no anonimato, qual interesse dos deuses em manter isso assim?” - excerto de autor desconhecido.

Capítulo Dois – Os Punhos que Protegem o Mundo

A tarde já cedia lentamente lugar ao crepúsculo, agora as estrelas já tinham surgido, reluzindo levemente. Lina e Kao ainda tentavam espreitar curiosamente os dois habitantes do Santuário, sem entender o que se passava com eles; os dois sussurraram, e se entreolharam, nervosos. Enquanto se entreolhavam, Seiya e Marin, repentinamente, se deslocaram em direção ao Santuário em uma velocidade superior à de um humano normal. A expressão de pânico misturada com a de perplexidade ainda continuava estampada nos rostos dos dois curiosos.

– Eles... sumiram – disse Lina, seus olhos passeavam pelo terreno procurando os dois. Sem sucesso.

– Eu não sei como, mas eles sumiram – complementou Kao. – Será que foram abduzidos por seres de outro mundo?

– Afinal, o que realmente aconteceu? – indagou Lina, ignorando a pergunta do companheiro. – Pelo barulho estranho, tive a impressão de que o rapaz rachou o solo...

Kao caminhou desajeitado em direção onde Seiya e Marin estavam. Seu corpo, de forma desatenta, custava se equilibrar em meio aos destroços deixados por Seiya em sua demonstração de força. Ele se virou de forma abrupta e começou a caminhar mais devagar, encaminhando-se para a ponta. Seus olhos precisaram de um instante para se ajustar em meio a sua visão. Depois de um tempo parado, Kao gesticulou os braços para um lado e para o outro em direção a Lina, até chamar sua atenção. Mal conseguia soltar uma palavra sem que soasse inexpressiva e sem força.

– Ei, o que você tem? – perguntou Lina. – Achou alguma coisa?

– C-cratera...

– Minha nossa! – exclamou a jovem, de forma áspera. – Ao se aproximar de Kao, Lina olhou na direção que ele apontava com seus dedos trêmulos; ela sacudiu a cabeça e esboçou uma expressão incrédula. Era normal que pessoas comuns tivessem impressões irreais, mas não que as mesmas concretizassem parte da realidade. Lina não acreditava no que estava vendo.

– Gostaria de acreditar que isso é um sonho – disse Kao, em meio a uma enorme cratera de seis metros de comprimento e três de profundidade, como um círculo mais profundo no meio, provavelmente onde Seiya estava. – Mas, se é assim, como se explica essa cratera imensa? Veja Lina, se eu entrar nisso eu não saio mais!

– É realmente enorme – disse Lina, com o som das palavras sendo abafado pelas mãos na boca –, será que aquele rapaz fez tudo isso sozinho?

– Não sei... – respondeu Kao, seu tom de voz estava um pouco mais afetado. –

Melhor a gente voltar!

...


As estrelas já tomavam o céu insistentemente com o brilho que se abrangia por todo firmamento. A praça central da cidade de Atenas - nome este dado em honra a deusa que protegia os caminhos da Terra – estava ligeiramente lotada, alguns jovens se ocupando em rodas de conversa, vendedores nos últimos esforços para vender o que ainda restavam de seus estoques do dia, carros a cavalos espalhando estrume pelo chão e soldados iniciando a vigília noturna.

[nota: Lembrando que essa adaptação se passa em um mundo medieval.]

– Hã... ah, são os Cavaleiros de Atena – disse o sacerdote Temero. Suas palavras emergiram em meio à multidão, tentando explicar para os dois jovens curiosos as origens dos protetores da Terra.

– Os Cavaleiros de Atena?! – exclamaram eles, espantosos e calorosos.

Os sacerdotes eram homens sábios e respeitados por toda região. Orientavam as pessoas enriquecendo-as de conhecimento e sabedoria. Entre eles estava Temero, um dos mais respeitados sábios da região. Normalmente, entre eles costumava-se vestir mantos negros que cobriam toda a extensão do corpo, um colar de pedras simples preso a uma representação da deusa Atena, simbolizando a riqueza da sabedoria entre os homens.

– Vocês tiveram muita sorte... conheço homens que dariam um dedo pra ver o que vocês viram. – Brincou o sacerdote. – Os próprios moradores da região só os vêem raramente. E vocês, dois jovens imaturos, simplesmente viram.

Os rostos dos jovens continuavam com semblantes de assustados, e pálidos, mergulhados em expressões de terror. – Sorte, senhor Temero? – repetiu Kao, agora como uma pergunta. – Só pode ser brincadeira! – exclamou ele, olhou para Lina que também deixava seu rosto ser tomado por expressões de terror. – Pensamos que fôssemos morrer! – exclamou de novo, voltando seus olhos ao sacerdote.

A voz adorável de Lina finalmente entrou na conversa. – Mas... quem são esses Cavaleiros de Atena? – perguntou à jovem. – Senhor Temero.

– É uma lenda que os pais contam para os filhos, pura mentira! – respondeu Kao, de forma abrupta.

– Posso garantir aos pequenos que os Cavaleiros de Atena não são uma lenda mentirosa – disse o sacerdote, olhando para Kao.

– Então, o que são? – disse Lina, reforçando sua pergunta.

O sacerdote viu a curiosidade preenchendo os olhos dos dois jovens que já estavam mais calmos, porém, ansiosos pela resposta. – Na mitologia grega havia uma deusa, vocês vão lembrar, seu nome era Atena.

– Sim, Atena! – interrompeu a jovem, com admiração.

– Sim, Atena – repetiu o sacerdote –, filha do maior dos deuses, Zeus, o senhor do céu, ela nasceu revestida por uma armadura. Ela era Atena, a deusa da guerra e da sabedoria! Porém, Atena detestava a guerra, e só lutava para se defender. Mesmo odiando a guerra, Atena, quando estava em combate, era invencível. ­– Os olhos da menina brilhavam ainda mais admirados com a história da deusa. – Houve batalhas contra o impiedoso Ares, os gigantescos Titãs, contra o maligno Hades e, por fim, contra Poseidon. – acrescentou o sacerdote. – Essas disputas divinas pelo poder envolviam tanto os deuses quanto os humanos em batalhas sem fim... – Os olhos de Kao começaram lentamente a se interessar mais pelo assunto. – Vindo dos quatro cantos dos reinos, eles eram dotados de força e de grande coragem. Fiéis a Atena, que odiava o uso das armas, seus corpos eram as únicas armas que dispunham para lutar; não existiam guerreiros iguais a esses no mundo inteiro, entre todos os povos e entre todas as nações, seus socos rompiam os céus e seus chutes abriam grandes fendas na terra. Ainda hoje, quando o mal que ameaça o mundo se levanta, esses bravos guerreiros erguem seus punhos para combatê-lo e proteger os inocentes de seu assombroso domínio. – O sacerdote olhou para o céu e refletiu – Seus nomes não constam na mitologia, mas eles sempre serão a nossa principal barreira de defesa contra o verdadeiro mal.

– Uaau! – expressou os dois garotos. Agora tanto os olhos da menina quanto do menino mergulharam em lágrimas de afeição. – Será que algum dia veremos eles de novo? – perguntou um dos dois meninos. – Quem sabe... – respondeu o sacerdote – Quem sabe...


Próximo Capítulo – Seiya e Cássios!!!

Curtiu o capítulo? Deixe sua opinião! E não se esqueça de compartilhar o conteúdo com a comunidade. Ajuda muito na liberação de novos capítulos. Além de visitar meu canal no You Tube (Zodíaco Play).

Nenhum comentário:

ads
Tecnologia do Blogger.