Crônicas do Zodíaco – Uma História no Santuário || Capítulo 01 - A Oitava Luta!
O Santuário, fortaleza da deusa Atena, ainda está carente da presença de sua deusa. Entre seus habitantes estão os aspirantes a Cavaleiros, sempre percorrendo o caminho que os levam até as Sagradas Armaduras dos Cavaleiros de Atena. Seiya está prestes a encarar seu mais novo oponente e todos os aguardam para o confronto. O desejo insaciável de sair daquele lugar o motiva a ficar de pé. Mas seu caminho ainda não está completo. Está apenas no início. Entre amizades e desavenças ele continua sempre em um único caminho.
Capítulo Um - A Oitava Luta
O Sol apontava sua luz em direção a terra, que refletia em um amarelo reluzente. O solo recheado de pedregulhos e de grandes colunas se estendia dando espaço para todos treinarem. Perto dali, o coliseu, um grande semicírculo com uma arena redonda em seu centro. Dentro dela, dois jovens. Prontos para se enfrentarem. Os gritos dos homens ao redor estimulavam o combate.
– Vai Seiya! – gritou um dos soldados, olhando o início da luta.
– Hum... coitado! Seiya jamais irá ganhar uma luta com o Erdu. Ele é muito fraco, apesar dos esforços da Marin ele nunca se desenvolveu como os outros aspirantes.
– Não fala besteira?! Aquele garoto foi treinado pela Marin. E você sabe como ela é durona. Não se esqueça que ele já venceu outros setes oponentes.
– A Marin é durona, mas não tanto quanto a Shina.
– Quieto! A luta vai começar. Falem besteiras depois!
De um dos lados do grande círculo, uma guerreira mascarada, com cabelos ruivos e volumosos. Atenta ao início do combate ela permanecia quieta
– Não se preocupe, Marin. Vou derrotá-lo, assim como os outros.
– Quantas vezes eu vou ter que te dizer, Seiya? Essa sua arrogância não vai te ajudar a vencer suas lutas. Você já venceu sete, mas ainda faltam dois oponentes. Você não é um Cavaleiro ainda. E pode nem chegar a ser. Será que vai ser preciso você perder uma orelha para aprender a não ser tão confiante?
– Do jeito que você fala, você ainda vai me ver arrancando a orelha de alguém – brincou o pupilo.
– Seiya! Erdu! – A voz masculina vinha imponente de um dos lados da arena. O Grande Mestre falava.
– Cale a boca, Seiya. O Grande mestre está falando. Preste atenção!
Se destacando sobre todos presentes, o líder regente do Santuário anunciava: – Vocês dois lutaram bravamente até aqui. Conseguiram derrubar sete de seus oponentes ao longo de suas trajetórias. Mas o caminho para se tornar um Cavaleiro ainda não chegou ao seu fim. E um é um grande obstáculo no caminho do outro. Quem vencer o combate poderá disputar a última luta no caminho para trajar a Armadura de Pégaso e se juntar ao exército de Atena. – Os gritos na arena cessaram para que o Grande Mestre desse início ao confronto. Ele levantou a mão e exclamou:
– Que o confronto comece!
Na arena, Seiya olhava para Erdu, seu oponente era mais alto, pele morena e o corpo turbinado de músculos. Alguns metros de distância, Erdu retribuía com o mesmo olhar desafiador.
– “Eu preciso derrotá-lo, não posso me deixar vencer. Então, eu não tenho outra escolha senão vencer.” – Seiya avançou contra seu rival enquanto os soldados se animavam. O punho rigidamente fechado avançou, mas Erdu bloqueou com uma das mãos.
– Desiste Seiya! A armadura será minha! – Erdu avançou com o outro punho acertando Seiya no abdome, que retrocedeu.
– “Cuidado, Seiya. O punho dele é forte. Não o deixe se aproximar muito”.
Seiya se recuperou logo e ficou de pé.
– Te darei mais uma chance de desistir. Então? O que você me diz? Não precisa ser humilhado na frente de todos dessa forma.
A voz de Seiya saiu abafada, como se tivesse falando para si mesmo: – Não posso desistir. Preciso sair daqui e encontrar minha irmã. Então... – O aspirante avançou de novo, enquanto Erdu desviava da primeira investida. Erdu desviou da segunda e da terceira, quando lançou o braço em um golpe furioso. Seiya ergueu seus braços para bloquear, mas não conseguiu.
– De novo no chão, Seiya? – questionava Marin, incomodada.
Do outro lado, Shina e Cássios observavam o confronto, interessados em saber o resultado. – Coitado! Desse jeito o estrangeiro será eliminado logo. Melhor assim, alguém como ele nem deveria estar aqui nas terras do Santuário.
– É uma pena que eu mesmo não vou eliminá-lo – acrescentou Cássios, discípulo de Shina.
Na arena, Seiya voltava a ficar de pé. E Erdu voltava a desafiá-lo. Avançando cegamente, Seiya partiu. Os punhos de Seiya e os punhos de Erdu se chocaram em uma sequência de golpes, até que Erdu encontrou a oportunidade e atacou, golpeando seu oponente no peito. Seiya abriu a boca no qual jorrou sangue e foi para trás. Colocou a mão no peito sentindo a pressão da dor e depois de ranger os dentes avançou.
– O rapaz é insiste – observou um soldado. – Mas a luta mal começou e ele já está sangrando.
– Não basta ser insistente, tem que ser forte – retrucou o outro.
Erdu, segurando Seiya pelo braço, o jogou no chão. – O Seiya está perdido. – Agarrou a cabeça e o levantou golpeando no abdome.
– Seiya caiu!
– Mas já? Como que ele venceu sete oponentes se aqui ele só está apanhando?
Erdu se exaltava para os outros soldados, ignorando Seiya caído, e os soldados retribuíam com gritos. O público na arquibancada já almejava um vencedor e a empolgação geral aumentava a confiança de Erdu.
– Parece que nós já temos um vencedor – expressou o Grande Mestre. – Então...
Atrás de Erdu, ainda no chão, o aspirante gritou: – Esperem!
– O quê?
– Mas, é o Seiya.
– Ele está se levantando.
– Como pode ser tão resistente? O Erdu o jogou no chão várias vezes.
Marin, um pouco mais aliviada, não esconde a animação: – Vamos Seiya! Levante-se!
Indo contra as expectativas de todos, o pupilo de Marin, mais uma vez, se levantou. – Você é realmente um garoto insistente. Mas a armadura de Pégaso será minha.
Seiya, mais uma vez, estava de pé, o corpo ainda sentia a pressão do punho do Erdu e o rosto escorria lista de sangue que formavam pequenas poças ao cair no chão. – Nunca quis vim para esse lugar, mas eu estou aqui. E preciso de uma armadura para conseguir ver minha irmã. Então, não posso perder!
– Lembre do treinamento, Seiya! – gritou Marin.
– O treinamento? – Então, as lembranças vieram e dominaram seus pensamentos.
– “Seiya, a força de seus punhos será sua principal arma de ataque. É com eles que você irá derrotar qualquer oponente. Você precisa desenvolver rapidez na forma de atacar. Precisa dar vários socos ao mesmo tempo. Quando dominar essa técnica, você estará pronto para ser um Cavaleiro”.
– Preciso ser rápido e dar vários socos, assim eu o derrotarei.
– Pois bem Seiya, se você quer ser humilhado na frente de sua mestra, eu o humilharei! – Erdu avançou, dando longos passos em direção ao rival.
– Será o fim do Seiya...
Seiya deu um passo para trás para se firmar no chão e esperou. Manifestando um grau de entusiasmo, Erdu alcançou Seiya e lançou o punho desencadeando um golpe. Seiya esperou o movimento do oponente e ao se aproximar desviou, girando o seu corpo para o lado. Erdu, sem concretizar o movimento, perdeu o equilíbrio e o Seiya de vista. Quando se reergueu novamente, Seiya já o esperava em posição de ataque.
– Aqui vai o que minha mestra me ensinou!
– O quê? Que posição é essa?
Seiya avançou com seu punho fechado e golpeou Erdu no peito, que com o impacto, gritou. Recuou e goleou novamente e repetiu o movimento em uma sequência de ataques rápidos e precisos.
– Ele está golpeando sem parar!
– Os socos dele são rápidos. E ainda estão aumentando.
Marin observou os movimentos de Seiya e notou que a velocidade deles só aumentava: – Vamos Seiya! Desperte o cosmo!
E Seiya continuava com sua série de golpes rápidos. E Erdu, sem ter como reagir, era apenas vítima de sua fúria. Concentrando sua força, Seiya golpeou Erdu no queixo o jogando para cima. Erdu caiu no chão e naquele momento todos já sabiam que o combate já tinha seu desfecho.
– Seiya é o vencedor! – gritou o Grande Mestre, anunciando o resultado do confronto.
...
Os soldados estavam surpresos, mas mesmo assim eles comemoraram a vitória imprevisível do discípulo de Marin. Depois que a euforia passou, Seiya se aproximou de sua mestra.
– Seiya! – Ela disse.
O garoto riu e se gabou: – Viu Marin? Eu falei que eu iria vencer. Nem precisou arrancar uma orelha. Estou pronto para ter uma armadura.
– Cale-se, Seiya! Limpe o sangue do rosto e me escute.
– O quê? – disse ele, surpreso. – Levou o braço ao rosto como ela mandou. E retirou o excesso de sangue que moldava os olhos.
– Se você acha que está pronto para ter uma armadura, sinto em te dizer, mas você está muito enganado.
– Como assim, Marin? Eu derrotei o Erdu e todos os outros sete.
– Ai, Seiya! Como você é difícil de entender as coisas. O objetivo principal do treinamento e dos combates é fazer o aspirante despertar o cosmo. É isso que nos difere dos soldados rasos.
– Cosmo...
– Sim, Seiya, o cosmo.
– Ah! Marin! De novo você está falando sobre essas coisas complicadas. Eu venci e pronto! Não é o suficiente?!
– Não, Seiya. Não é. Sem o cosmo nós não somos nada. E você está longe de dominar esse poder, você nem despertou ainda. – Ela parou e pensou: – “Sim bem que no último momento, eu tive a impressão que ele quase despertaria o cosmo”.
– Mas, Marin...
– Seiya. Acho melhor você melhorar suas habilidades. Você pode ter derrotado o Erdu, mas provavelmente seu próximo oponente será o discípulo da Shina, Cássios.
– O quê?! – expressou ele, surpreso. – Eu vou ter que lutar com o Cássios?
Próximo Capítulo - Entre Treinamentos e Desavenças
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