A Escala de Batalha de Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário

Olá, Cavaleiros! Olá Amazonas! As lutas em CDZ sempre foram sinônimos de muita emoção, talvez haja aqueles que achem que a animação é um pouco ultrapassada (e de fato, a animação quando se trata de criar movimentos legíveis não é o forte no anime). Mas quando a função do anime é fazer aquele drama e entregar emoção para seu público, CDZ supera muito outros animes de peso entre os otakus (muito também devido a nossa incrível dublagem e a trilha sonora).

Se tratando do filme, algo interessante e curioso acontece. O filme acaba invertendo essa noção que envolve o universo de “Os Cavaleiros do Zodíaco”. A tecnologia usada para fazer as lutas conseguiu renovar o desenvolvimento das batalhas. Mas, por outro lado, devido à pressa no roteiro, toda aquela emoção característica digna de novela mexicana foi deixada de lado. Uma equação muito simples de fazer: menos tempos de enredo + menos diálogos e reflexão = muito menos emoção.  

Mas quando se trata de realismo o filme volta a ganhar pontos com o telespectador (e com o fã), pois as lutas, mesmo com o pouco tempo que o enredo oferece se torna um deleite aos fãs. Mas, o que tem de novo nos combates? Essa resposta é bem simples e interessante de responder, pois o que o filme trouxe para essa nova versão em 3d foi a escala de realidade entre os poderes.

Se tem uma coisa que toda obra que envolve combate (e aqui eu destaco os animes shounen) precisa deixar muito claro para seu telespectador/leitor é a escala de poder entre os personagens. Como fã de CDZ nós (pelo menos eu) somos acostumados a medir o nível de poder de um personagem comparando com o nível de poder de um Cavaleiro de Ouro. Isso pra mim se torna quase instantâneo. No anime a diferença entre um Dourado e um Bronze é altíssima e leva um bom tempo para que esse desnível começa a se nivelar (afinal, estamos falando de 73 episódios). Mas no filme essa escala de poder se afunila. Os Cavaleiros de Ouro ainda são bem superiores do que os de Bronzes, mas a estética da luta é mais dinâmica. Veja bem, é muito comum que na subida dos 12 Casas os protagonistas se encontrem sempre caídos no chão, enquanto algum Cavaleiro de Ouro comece a se gabar de sua força. Aí ele levanta, ataca e cai. Até que as quedas começam a ficar cada vez menos frequentes e o nível de poder começa a se nivelar. Isso leva pelo menos uns três episódios de muito drama e diálogo (o que pra mim é a melhor parte). Mas no filme, muito pela falta de tempo, isso não acontece. Seiya recebe o ataque, cai e logo se levanta (ainda tonto, mas logo se levanta).

Essa fluidez acaba criando até boas lutas, como é o caso da batalha contra o Cavaleiro de Touro (que pra mim é uma das melhores). Você sentir realidade dentro da ação de um produto shounen é fundamental para que quem assiste, consiga entender e acompanhar o desenvolvimento do que está sendo mostrado na tela.

No anime, principalmente nas primeiras sagas, essa fluidez e essa dinâmica não é algo que se destaca para quem busca isso em uma obra de ação. Muitas vezes os ataques são ilustrativos e não conseguimos ver o personagem desferir o movimento inteiramente. Mas no filme isso fica fácil de visualizar, principalmente quando a câmera está mais longe e dois Cavaleiros podem ser vistos ao mesmo tempo lutando.                                               

Pra finalizar, eu faço uma relação. É como se o filme ilustrasse dois lutadores de karatê, um experiente e um iniciante. O experiente além da própria experiência que pode usar como arma, consegue desferir um golpe com mais precisão e com mais força. O iniciante não tem essas vantagens, mas ainda tem sua força e sua determinação. Mesmo sendo mais forte, se o veterano não levar a sério o combate pode acabar sendo vencido pelo calouro. E não é isso que acontece na batalha das 12 Casas o tempo todo? A determinação no final sempre vai vencer o ego.                

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